
Nesta semana o No Pain No Gain vai discutir sobre a idade certa para se iniciar a prática esportiva. Será que existe uma idade ideal? Quais são os tipos de exercícios mais indicados para uma criança?
Nos últimos dias as pessoas têm falado muito sobre a matéria de um pai educador físico que dá treinamentos de musculação para a filha de 9 anos. Mas, antes de discutirmos especificamente sobre isso, é necessário dividirmos as crianças em dois grupos: a que pratica exercício físico de forma recreativa e a atleta.
A criança atleta treina para a alta performance no esporte, então, aspectos como desenvolvimento estatural (altura), maturação sexual retardada, desenvolvimento ósseo e psicológico não são considerados, principalmente nas modalidades como ginástica olímpica, natação, patinação, entre outros que se iniciam os treinamentos muito precocemente e têm como objetivo os resultados nas competições.
Em alguns casos, os aspectos citados anteriormente acabam inclusive negligenciados. Agora, o que se discute atualmente são as crianças que praticam atividades recreativas em modalidades esportivas ou dentro de academiais.
Alguns aspectos são determinantes para a escolha da atividade e da intensidade dos exercícios, para que eles sejam benéficos ao desenvolvimento da estatura máxima, controle de sobrepeso e obesidade e aspectos emocionais equilibrados.
Enquanto criança, o mais indicado é a prática de atividades sem fins competitivos, como basquete, vôlei, futebol, natação, lutas, tênis, entre outros. Já a prática de atividades no final da adolescência e começo da fase adulta, tem alguns fatores decisivos para a escolha dos exercícios, entre eles, a idade cronológica (em anos), a idade óssea (determinada por raio-X), a maturação sexual e, é claro, alguns exames clínicos laboratoriais indicados por endocrinologistas especializados em crescimento e desenvolvimento.
Para se determinar o momento ideal de iniciar exercícios tradicionais dentro de academias, principalmente a musculação, muito desejada por meninos e meninas já na puberdade, essas avaliações citadas anteriormente são necessárias e correlacionadas para se prescrever um programa de treinamento, já que a criança pode estar em um estado avançado na idade óssea, mas sua maturação sexual pode estar atrasada, ou vice-versa, o que influenciará diretamente na escolha da modalidade e da intensidade dos exercícios.
Na prática
Há alguns anos tivemos em nossa academia uma menina de aproximadamente 14 anos, que fazia natação e ginástica para aumentar sua estatura. Obviamente, tomávamos vários cuidados para evitar sobrecargas e atrapalharmos seu desenvolvimento completo.
Como os resultados não apareceram, indiquei um endocrinologista especializado e, após uma bateria de exames, incluindo os esses citados em nosso artigo, concluiu que suas epífise óssea (exterminadas ósseas) já haviam fechado, o que determina o final do crescimento ósseo.
Lamentamos muito, a aluna chorou bastante e a mãe também ficou bastante triste, mas descobrimos a partir de então que ela poderia treinar com maior intensidade e fazer exercícios que a fizesse emagrecer. Mais magra, ela pareceria mais alta. Hoje, ela aceita bem a sua altura, está magra e feliz.
Moral da história: se você tem dúvidas sobre a participação de seus filhos em exercícios físicos, tire a bunda do sofá, procure uma boa academia e venha treinar com ele.